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quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Foi bom ter sido eu afligido


Foi bom ter sido eu afligido, para que aprendesse teus estatutos.

Salmos 119.71


Foi bom ter sido eu afligido. Mesmo quando a aflição provenha de pessoas ruins, ela conduzia a fins benéficos; ainda que fosse prejudicial quando provinda de tais pessoas, para Davi ela era boa. Ele sabia muito bem que ela o beneficiava de muitas maneiras.

Quaisquer que fossem os pensamentos que lhe sobreviessem enquanto enfrentava a provação, ele tinha consciência de que era melhor assim. Não era bom ver os soberbos prosperando, pois seus corações se tornavam ainda mais sensuais e insensíveis; mas a aflição tinha um caráter positivo para o salmista.

Nosso pior nos é melhor que o melhor para os pecadores. Para os pecadores, a alegria se torna nociva; e para os santos, a tristeza é benéfica. Infindos benefícios nos têm sobrevindo através de nossas dores e tristezas; e no mais, permanece isto: que assim temos sido instruídos na lei.

Para que aprendesse teus estatutos. Nosso conhecimento e nossa observância destes estatutos nos vieram enquanto sentíamos os golpes da vara. Oramos ao Senhor para que nos instruísse (v. 66), e agora percebemos que ele já fez isso. Aliás, na verdade ele nos tem tratado bem, pois nos tem tratado de forma muito sábia. Temos sido guardados, através de nossas provações, da ignorância e de um coração seboso, e isso, se porventura não existisse nada mais, seria causa suficiente de constante gratidão. Ser engordado pela prosperidade não é saudável para a soberba; mas, em prol da verdade, ser instruído pela adversidade é saudável para a humildade. Mui pouco se tem a aprender sem aflição. Para sermos bons alunos, temos de ser bons sofredores. Como dizem os latinos: Experientia docet — a experiência ensina. Não há estrada regia para se aprenderem estatutos régios; os mandamentos de Deus são melhor lidos por olhos úmidos de lágrimas.

Pr. Charles Haddon Spurgeon

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