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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Fidelidade conjugal.

“Jardim fechado és tu, minha irmã, noiva minha, manancial recluso, fonte selada”. (Ct 4.12.)


Introdução.
A fidelidade humana é antes de tudo fruto de uma promessa.
A fidelidade provém geralmente de uma promessa, explícita ou implícita.
É, muitas vezes, um compromisso, o qual pode ser exercido com amor e espontaneidade ou como um fardo.
Alguns dizem assim: “Fidelidade é algo que se dá, não que se exige”. Sim, isto ocorre, de certa forma, mais comumente com pai, mãe, filhos e irmãos. E seria ingenuidade acreditar que alguém pode dar tudo e não exigir nada em troca. Somos fiéis ao que é nosso. Como ser fiel ao que não me diz respeito? Pertencimento e fidelidade são entidades inseparáveis.
A fidelidade, em muitos casos, é admirável, heroica e bela, pois é uma demonstração de amor que desafia as adversidades. É uma virtude de resistência. Ser fiel é resistir, apesar da corrosão do tempo e das mudanças ao redor.
Fidelidade: virtude à prova de miséria e dor. Virtude, em muitos casos, mais de doação do que de troca.
Restringi-la ao âmbito sexual, como é muito comum, é pervertê-la, reduzi-la. As promessas de exclusividade sexual, restrita aos casais, são somente um componente da fidelidade como um todo, alguns exemplos:
ü   Expor a intimidade do cônjuge– O mesmo casal que é fiel sexualmente pode não o ser em termos afetivos. Expor um segredo, algo íntimo, com o intuito de agredir o outro é também prova de infidelidade. É o caso de pessoas que não traem, mas que tratam muito mal seus parceiros, expondo sua intimidade a situações vexatórias e humilhantes. Muitas vezes pelas costas. E somente com o objetivo de agredir, diminuir, ofender. Tramar, neste caso, seja lá o que for, contra alguém, é infidelidade.
ü   Expor assuntos internos - Os casais combinam o que deve ficar “entre nós” ou não, saiu deste âmbito e, principalmente, se foi banalizado ou ridicularizado fora da relação, é traição. Cansei de ver casais que falam mal e com maldade, um do outro, para pessoas de fora da relação, por motivos mesquinhos e com o objetivo de prejudicar o parceiro.
ü   Quebrar um compromisso firmado– Mentira, dissimulação e fraqueza são obreiros da infidelidade. Fez uma promessa, um compromisso, e não cumpriu: mentiu, traiu.
ü   Confiar segredos a uma pessoa fora do relacionamento e não ao cônjuge.

O que define um casal não é nem o encontro sexual, nem a coabitação, é a fidelidade.

Em contrapartida a infidelidade conjugal é traição, apostasia do amor, quebra da aliança, ingratidão consumada, violência indescritível contra o cônjuge. A Bíblia nos ensina alguns princípios essenciais sobre a fidelidade conjugal:

1.    A fidelidade conjugal é um caminho estabelecido pelo próprio Deus
Gênesis 2:24
24 - Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.
Deus instituiu o casamento com leis claras e balizas definidas.
O casamento é monogâmico. Deus não criou várias mulheres para um só homem (poligenia), nem vários homens para uma só mulher (poliandria). No coração do homem, não há espaço para amar mais de uma mulher. Salomão tinha mil mulheres e, dentre elas, não encontrou nenhuma, porque no seu coração só havia espaço para amar uma mulher.
Esse princípio é tão importante que o Apóstolo Paulo fez questão de deixar claro a sua necessidade para o exercício do ministério pastoral.
I Timóteo 3:1-2
1 - ESTA é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja.
2 - Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar;

2.    A fidelidade conjugal é um caminho traçado antecipadamente pelos cônjuges
Cantares 6:3
3 - Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu; ele apascenta entre os lírios.

O amor fiel é declarado intimamente e demonstrado publicamente. Todo casal precisa dizer: “Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu”. A fidelidade conjugal é uma decisão tomada com consciência, com liberdade, com antecedência, movido pelo amor.
Não se pode deixar para decidir sobre essa magna questão quando se está sendo tentado pela sedução. Ninguém é forte o suficiente para lidar com as paixões. A Bíblia nos manda resistir ao diabo, mas nos ordena a fugir das paixões da carne. Ser forte é fugir como José do Egito fugiu. Ele fugiu porque aquela era uma questão já decidida em seu coração.
Um cônjuge fiel evita os lugares escorregadios da sedução, foge dos ambientes lodosos e insidiosos para os pés e tapa os ouvidos para as vozes melífluas e tentadoras que convidam para o pecado. A fidelidade não acontece sem vigilância. A fidelidade não é produto do acaso, mas de uma renúncia constante aos apelos da sedução e um investimento constante na vida do cônjuge.
O casamento não precisa nem pode ser um campo seco e sem vida. Ele precisa ser um jardim engrinaldado de flores, um pomar de frutos excelentes, um manancial de vida exuberante. Amar é cultivar o romantismo, investir no cônjuge, buscar a felicidade dele e fazer do casamento não o cenário cinzento de uma vida monótona e marcada pela rotina, mas um lugar de vida plena, radiante e cheia de sublimes conquistas.

3.    A fidelidade conjugal é um caminho seguro para um casamento saudável
Cantares 4:12
12 - Jardim fechado és tu, minha irmã, esposa minha, manancial fechado, fonte selada.

Não há casamento seguro, saudável e feliz onde não existe fidelidade conjugal. A infidelidade é uma das formas mais dolorosas de traição. Trair o cônjuge é apunhalá-lo pelas costas. Trair o cônjuge é pisar com escárnio os votos assumidos. Trair o cônjuge é pecar contra Deus, que instituiu o casamento. É pecar contra o cônjuge, com quem um dia se fez uma aliança de amor. É pecar contra a família, que se sente envergonhada e agredida. É pecar contra os filhos, que se sentem inseguros e aturdidos pela loucura dos pais.
É pecar contra si mesmo, pois quem comete adultério peca contra o próprio corpo. A fidelidade é o caminho mais seguro para uma vida emocional equilibrada e uma vida conjugal saudável. Ser fiel é o compromisso de viver um para o outro. É buscar a felicidade do cônjuge, mais do que a satisfação de caprichos pessoais.


4.    A fidelidade conjugal é um caminho para a proteção dos cônjuges dos terríveis inimigos
Malaquias 2:13-16
13 - Ainda fazeis isto outra vez, cobrindo o altar do SENHOR de lágrimas, com choro e com gemidos; de sorte que ele não olha mais para a oferta, nem a aceitará com prazer da vossa mão.
14 - E dizeis: Por quê? Porque o SENHOR foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira, e a mulher da tua aliança.
15 - E não fez ele somente um, ainda que lhe sobrava o espírito? E por que somente um? Ele buscava uma descendência para Deus. Portanto guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade.
16 - Porque o SENHOR, o Deus de Israel diz que odeia o repúdio, e aquele que encobre a violência com a sua roupa, diz o SENHOR dos Exércitos; portanto guardai-vos em vosso espírito, e não sejais desleais.
A aventura amorosa fora do casamento é um atentado terrorista contra o casamento e contra a família. Flertar com o pecado e abrir os portões do coração para aventuras extraconjugais são um risco fatal. O pecado do adultério, embora pareça doce ao paladar, é amargo ao estômago.
Alguém já disse que as maçãs do diabo são bonitas, mas todas têm bicho. O romance fora do casamento é como uma fagulha que incendeia e destrói a vida, o casamento e a família.
Por mais que o mundo pós-moderno incentive e encare com normalidade a infidelidade conjugal, ela sempre traz em sua bagagem uma herança inglória. Muitas lágrimas, muitos soluços, muitos traumas, muita dor, muita perda têm sido a desditosa recompensa daqueles que sucumbem à sedução do sexo fora do casamento. A Bíblia diz que quem zomba do pecado é louco.
Provérbios 6:32
32 - Assim, o que adultera com uma mulher é falto de entendimento; aquele que faz isso destrói a sua alma.
A infidelidade conjugal está se tornando cada vez mais comum e aceita pela sociedade. A paixão e a volúpia estão tomando o lugar do verdadeiro amor. A palavra empenhada e a aliança firmada estão sendo abandonadas com descaso. O casamento está sendo bombardeado com arsenal pesado. É tempo de alçarmos a nossa voz e dizer que a fidelidade conjugal é o único meio de fazer do casamento um manancial recluso e uma fonte selada.

5.    A fidelidade conjugal é um caminho para se cultivar um amor sincero e profundo
Quem ama, confia. Quem ama, respeita. Quem ama, devota-se à pessoa amada.
O cônjuge precisa ser um manancial recluso e uma fonte selada (Ct 4.12). A mulher precisa proclamar com segurança: “Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu” (Ct 6.3).
Não há amor verdadeiro onde não há sentimento do “pertencimento”. Onde não há fidelidade, em vez de crescer o amor, floresce a mágoa. Onde há traição, em vez de alegria, reina o choro.
A infidelidade conjugal é o solo onde cresce a erva daninha da amargura.
A infidelidade conjugal é a principal causa de divórcios traumáticos. Ela é a grande causadora de famílias destroçadas e filhos traumatizados.
A infidelidade conjugal é um engodo, uma farsa e um embuste.
ü  Ela promete aventura e termina com vergonha e opróbrio.
ü  Ela promete felicidade e deixa os seus protagonistas em frangalhos nos corredores da morte.
ü  Ela oferece um momento de prazer e uma vida de tormento.
Somente o temor do Senhor, o compromisso da fidelidade e o amor altruísta podem livrar os cônjuges da sedução, das propostas fáceis, das ofertas tentadoras e do fracasso do adultério. O pecado é uma fraude. A cama do adultério pode ser macia e cheia de encantos, mas deixa espinhos no coração, peso na consciência e tormentos na alma.

6.    A fidelidade conjugal é o caminho para uma velhice ditosa
Muitos casais que começaram bem a jornada da vida conjugal caíram no pântano lodacento do adultério. Embora alguns sejam perdoados pelos cônjuges, não conseguem tirar as farpas do coração, nem as cicatrizes da alma. Muitos casais que serviram de referencial e modelo para os mais jovens estão hoje cobertos de opróbrio, porque deixaram de vigiar e tropeçaram nas próprias balizas que lhes indicavam o caminho.
Muitos homens e mulheres envelhecem com amargura porque nunca conseguiram apagar da memória a dor lancinante da traição. Muitos homens e mulheres perderam a autoridade de ensinar e exortar os filhos na área do sexo, porque se sentem desqualificados pelos seus fracassos nessa área. Depois que o rei Davi adulterou com Bate-Seba, nunca mais conseguiu corrigir seus filhos. A culpa latente no seu coração o impediu de exercer com plenitude o seu ministério paternal. A fidelidade conjugal é o melhor preventivo contra o veneno que tenta asfixiar o casamento; é o melhor escudo contra os torpedos que são lançados contra a família. Somente um casal fiel saboreia os doces frutos de um amor sem reservas e lega aos filhos um exemplo digno de ser imitado. A santidade no casamento é o melhor ingrediente para uma família unida.

Conclusão.
Salmos 128:1-6
1 - BEM-AVENTURADO aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos.
2 - Pois comerás do trabalho das tuas mãos; feliz serás, e te irá bem.
3 - A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos como plantas de oliveira à roda da tua mesa.
4 - Eis que assim será abençoado o homem que teme ao SENHOR.
5 - O SENHOR te abençoará desde Sião, e tu verás o bem de Jerusalém em todos os dias da tua vida.
6 - E verás os filhos de teus filhos, e a paz sobre Israel.

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