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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

QUANDO QUEM AMAMOS PARTE

É prudente, quando somos desapontados em uma coisa, colocar contra esta uma expectativa esperançosa de outra, como o fazendeiro que disse: "Se as ervilhas não valem à pena, esperemos que as vagens deem certo." Contudo, seria inútil consertar uma expectativa má com outra de igual caráter, pois isso só faria pior o rombo. E melhor ir das ficções do mundano otimista aos fatos do crente na palavra do Senhor.

Então, se não achamos lucro em nosso comércio com o mundo, podemos nos fiar confiantes no tesouro de nosso coração no céu. Podemos até perder nosso ouro, mas nunca podemos perder nosso Deus. A expectativa do justo é do Senhor, e nada que vem dele falhará jamais.

Conheci uma pessoa que fez de sua filha um ídolo, e quando ela ficou doente e morreu, ele se revoltou e o resultado foi que ele próprio morreu. Expectativas que se penduram sobre o frágil direito de posse de uma vida humana podem encher nosso copo de absinto se tomam todo o nosso pensamento. Será que este pai não podia reconhecer a mão do Senhor na retirada de sua criança, e não poderia ter antes moderado suas expectativas com respeito a ela? Poderia ter vivido em felicidade com os outros de sua família, e ter sido um exemplo de santa paciência.

Pr. Charles Haddon Spurgeon

O QUE SIGNIFICA VOLTAR AO PRIMEIRO AMOR - IGREJA DE ÉFESO

Éfeso era o lugar de situação da primeira congregação que Jesus abordou no Apocalipse e o Novo Testamento nos diz mais acerca da história dessa igreja do que acerca de qualquer das demais. Plantada por Paulo durante uma breve visita, essa congregação foi alimentada por Priscila e Áquila, cooperadores de Paulo, e depois pelo eloquente expositor Apolo (Atos 18.19-28). 
Em seguida, Paulo retornou a Éfeso para um extenso período de ministério (três anos), marcado pela vitória do evangelho e do Espírito de Cristo sobre os poderes demoníacos e os aguerridos interesses comerciais em torno do mundialmente famoso templo de Ártemis que havia na cidade (19.1-41). Depois, despedindo-se dos presbíteros efésios, Paulo os convocou a serem vigilantes em proteger as ovelhas de Deus dos “lobos vorazes” e falsos pastores (20.29-30).
          Escrevendo da prisão ainda mais tarde, Paulo convocou essa igreja à “unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus”, uma maturidade que os capacitaria a permanecer firmes contra a “artimanha dos homens” e a “astúcia com que induzem ao erro” (Efésios 4.13-14). O apóstolo insistiu para que a igreja exercesse o discernimento teológico: “Ninguém vos engane com palavras vãs” (5.6).
          Agora, em sua revelação a João, o Senhor da igreja se identifica como aquele que “conserva na mão direita as sete estrelas e que anda no meio dos sete candeeiros de ouro” (Apocalipse 2.1), governando as suas igrejas e habitando nelas por meio do seu Espírito, à medida que elas mantêm acesa a luz do evangelho em um mundo espiritualmente anoitecido.
         Ao andar por entre as suas igrejas, muito do que Jesus vê em Éfeso atrai a sua aprovação. A igreja guardou no coração as advertências de Paulo quanto aos predadores de fora e os enganadores de dentro; por isso, Jesus elogia a igreja por seu discernimento teológico em expor apóstolos fraudulentos (v. 2) e recusar-se a tolerar os nicolaítas, cujo comportamento o próprio Cristo odeia (v. 6). A perspectiva dos nicolaítas, sem dúvida, era bem conhecida das igrejas do primeiro século, mas nós hoje devemos ser cautelosos em descrever o seu erro. A partir da reprovação de Jesus à igreja em Pérgamo (a qual, diferente da igreja efésia, tolerava o seu ensino), nós inferimos que os nicolaítas, assim como Balaão muito tempo antes, seduziam o povo de Deus à prática da imoralidade sexual e aos banquetes idólatras (vv. 14-15).
          A recusa dos efésios em tolerar as práticas nicolaítas pode estar relacionada a outra qualidade pela qual Cristo os elogia: por causa do nome de Jesus, eles suportaram o sofrimento, sendo marginalizados em uma cidade na qual a vida econômica era governada pelo crescente turismo religioso e pelo setor bancário, ambos associados ao Templo de Ártemis, assim como pela fama de Éfeso como um centro de artes ocultas (ver Atos 19.19-41). Recusar-se a participar das celebrações pagãs das corporações de ofício de Éfeso e de seu celebrado marco era arriscar-se à ruína financeira, mas esses cristãos estavam “[suportando] provas por causa do [seu] nome” (Apocalipse 2.3).
      Contudo, Jesus também encontrou uma falha em sua congregação “valente pela verdade”: “abandonaste o teu primeiro amor” (v. 4). Alguns pensam que o “primeiro amor” do qual Éfeso havia caído era a sua devoção ao próprio Cristo. Todavia, diferentemente das problemáticas igrejas em Pérgamo, Tiatira, Sardes e Laodiceia, a igreja efésia não era culpada de flertar com os inimigos de Cristo nem de esfriar em seu zelo por seu Rei. Faz mais sentido concluir que o “teu primeiro amor”, que havia esmorecido, era o seu amor uns pelos outros. Paulo havia ensinado àquela igreja que a sua saúde enquanto corpos de Cristo dependia de “falar a verdade em amor” (Efésios 4.15). Mas parece que aquele importante qualificador – “em amor” – havia sido menosprezado em sua zelosa defesa da verdade. As suas palavras eram fiéis à Palavra, mas eles estavam falhando em “[voltar] à prática das primeiras obras” (Apocalipse 2.5).
          Manter-se firmemente agarrado a ambos os pilares – verdade e amor – é um desafio constante para pecadores redimidos, que oscilam como pêndulos de um extremo a outro. Com muita frequência, igrejas e seus líderes ou permanecem firmes em favor da verdade bíblica de um modo vigoroso, mas sem amor, ou então preservam uma aparente unidade e amor, porém à custa da verdade. Certamente, quando a verdade do evangelho verdadeiramente alcança nosso coração, isso resulta em amor pelos outros; e, do mesmo modo, o amor que agrada a Jesus cresce apenas no solo fértil da fidelidade à verdade divina. A solene ameaça de Jesus de remover o candeeiro efésio – de apagar o testemunho de amor pela verdade daquela congregação em meio à sua comunidade pagã – nos mostra quão seriamente ele considera a sua ordem de unirmos a fidelidade doutrinária à Bíblia ao amor sacrificial pelos santos.
        Contudo, a sua palavra final não é de ameaça, mas de promessa. Falando não apenas a uma igreja, mas a todas, ele faz uma promessa “ao vencedor”. Assim, “vencer” o maligno é combinar o compromisso com a verdade de Cristo a um ardente amor por sua família. A esses vencedores, o descendente da mulher, que foi ferido mas venceu, há de abrir o paraíso, dando do fruto da árvore da vida àqueles que falam a verdade em amor (2.7).
Por: Dennis Johnson. © 2009 Minsitério Ligonier. Original: The Letter to the Church in Ephesus.
Este artigo faz parte da edição de Maio de 2009 da revista Tabletalk.
Tradução: Vinícius Silva Pimentel. Revisão: Vinícius Musselman Pimentel. © 2015 Ministério Fiel. Todos os direitos reservados. Website: MinisterioFiel.com.br. Original: As Sete Igrejas de Apocalipse: Éfeso.
Permissões: Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor, seu ministério e o tradutor, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

CRISTÃOS MASSACRADOS PELO ESTADO ISLÂMICO - INÍCIO DAS DORES?

O mundo observa estarrecido o avanço do Estado Islâmico de maneira cruel e bárbara contra todas as pessoas que entendem ser seus oponentes, neste contexto o povo mais atingido tem sido os cristãos, homens e mulheres que são desafiados a negar sua fé em troca de suas vidas.

As cenas de crianças enjauladas, homens e mulheres decapitados ou fuzilados a sangue frio, são chocantes e revoltantes para qualquer ser humano com o mínimo de civilidade e nos convoca, como IGREJA de Cristo, a clamar por nossos irmãos, para que sejam poupados desse sofrimento e, caso isso não seja possível, que o Espírito Santo os mantenha firmes até o fim.

Diante de tudo isso e do que o próprio Jesus nos falou em Mateus 24:6-13, vocês ouvirão falar de guerras e rumores de guerras, mas não tenham medo. É necessário que tais coisas aconteçam, mas ainda não é o fim. Nação se levantará contra nação, e reino contra reino. Haverá fomes e terremotos em vários lugares. Tudo isso será o início das dores. "Então eles os entregarão para serem perseguidos e condenados à morte, e vocês serão odiados por todas as nações por minha causa. Naquele tempo muitos ficarão escandalizados, trairão e odiarão uns aos outros, e numerosos falsos profetas surgirão e enganarão a muitos. Devido ao aumento da maldade, o amor de muitos esfriará, mas aquele que perseverar até o fim será salvo, será que podemos afirmar serem estes os sinais do  INÍCIO DAS DORES?

Creio que ninguém de bom senso pode afirmar, com certeza, que estamos no início das dores, na realidade nem creio que seja um tema tão importante assim, uma vez a prioridade da igreja sempre será o pregar o evangelho, independente do tempo em estivermos vivendo, não temos tempo a perder, não podemos poupar energia, enquanto muitas pessoas estão confortáveis em templos luxuosos e buscando sua satisfação pessoal, outros estão sendo dizimados.

Outra preocupação é quanto a situação da igreja ocidental, mais especificamente sobre o nível da fé que leva em seu coração, será que eu, você, nós estamos preparados para enfrentar na pele algo parecido? Como reagiríamos vendo uma esposa, marido, filho, pai ou mãe sendo barbaramente executado? E se o facão estivesse posto sobre nossos pescoços, negaríamos a Cristo?

Igreja do Cordeiro de Deus, se estamos no início das dores não tenho como precisar, mas uma coisa é certa, precisamos refletir sobre nossa fé, prioridades e intensidade de nossas ações em prol do evangelho, precisamos sair do aconchego das poltronas dos nossos templos, precisamos nos importar com aquilo que está afligindo as pessoas ao nosso redor, PRECISAMOS SER A IGREJA QUE VAI ONDE O POVO ESTÁ.

Que o Cristo nos sustente em seus caminhos.

Deus os abençoe hoje e sempre!


quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Crítica cristã do livro e filme Cinquenta Tons de Cinza

Excelente texto sobre o sucesso de público e mídia 50 TONS DE CINZA, uma crítica com um ponto de vista bíblico.

Concordo com quase tudo.

Fonte: www.conselhosparameninas.com
Texto: Lídia Alves Baria

MEU PROBLEMA COM OS 50 TONS DE CINZA

Permita-me fazer um comentário antes de escrever. Sei que talvez já tenha um monte de meninas prontas a criticar minha postura quadrada e antiquada! E fiquem à vontade. Só quero me apresentar antes, daí você pode me ofender melhor!

1. Sou pessoa: formada em Comunicação Social (Publicidade), dona de casa, esposa, mãe de um fofurinha, boleira 1/2 boca (no futsal), boleira 1/4 de boca (na cozinha) e como toda a pessoa tenho minha opinião. Mas vivendo num mundo injusto... porque aqui é assim... Se um gay tem orgulho de ser gay ele é legal. Se alguém tem orgulho de ser hétero é homofóbico. Se o Gentili escreve contra o carnaval, ele é o cara e 53635 que detestam o carnaval compartilham o post dele. Se um crente se posiciona contra o carnaval, é careta! Se um corinthiano chora pelo time ele é apaixonado. Se eu choro por Jesus, sou fanática. Se nego a existência de Deus sou inteligente e mente aberta. Se creio na Bíblia sou algum fracassado que não tem mais o que pensar, então bora ler este livro!

2. Sou pecadora: Houve tempo em que nós também éramos insensatos e desobedientes, vivíamos enganados e escravizados por toda espécie de paixões e prazeres. Vivíamos na maldade e na inveja, sendo detestáveis e odiando-nos uns aos outros (Tito 3:3). Esta era eu... e se você conhecesse meu passado, lutas e pecados talvez pararia de ler por aqui!

3. Sou perdoada: Mas quando se manifestaram a bondade e o amor pelos homens da parte de Deus, nosso Salvador, não por causa de atos de justiça por nós praticados, mas devido à sua misericórdia, Ele nos salvou pelo lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que Ele derramou sobre nós generosamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador. Ele o fez a fim de que, justificados por sua graça, nos tornemos seus herdeiros, tendo a esperança da vida eterna. (Tito 3:4-7). Louvo a Deus pela graça e misericórdia Dele que me permite estar onde estou hoje! Então, é nesta perspectiva, que eu escrevo pra minha filha!


Carta pra minha querida filha (eu não sou muito boa escrevendo, então fazer em formato de carta me ajuda a expor minhas ideias. PS: como minha filha tem 2 anos, posso imaginar que ela está jogando futebol pela universidade, se bem que hoje acho que ballet seria mais a cara dela, haha)

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Querida Ana,
como estão as coisas por aí? E a faculdade? Gostando das aulas?
E como foi o primeiro treino? Ainda bem que você puxou o papei e gostar de treinar. Não vejo a hora de assistir seu primeiro jogo. Inclusive, o papai amou as camisetas que você mandou, até esqueceu de tirar a etiqueta para usar.


Bom, tenho visto aqui bastantes posts sobre um livro, 50 tons de cinzas. Minha filha, que triste não é mesmo? Por aí tá a febre que está aqui?
Eu espero que Deus te ajude a não se contaminar com estas coisas. Sabe filha, a mamãe tá ficando velha, então quando a gente fala, somos mais uma quarentona (tá vai, quase cinquentona) que não tem mais o que fazer a não ser ficar palpitando nos que outros estão fazendo. Mas filha, não posso ficar calada!

Sabe, meu problema não é o sexo! Não mesmo! Nem nunca foi! Ainda bem que além do vovô e vovó, Deus colocou pessoas maravilhosas na minha vida que não fizeram do sexo um tabu. Tanto é que podemos conversar hoje sobre isto. Sexo não é sujo! Sexo não é vergonha! Sexo é maravilhoso, pois foi criado por Deus!

Minha crise também não é o Romance! Você sabe que é uma das coisas favoritas assistir os filmes de meninas (como seu pai diz) com você! Inclusive, na Bíblia há belas histórias. Lembra quando o papai pegava suas bonecas para contar a história da Ester e Rute? Na verdade filha, este povo que acha que Deus é um Deus seco, que a Bíblia é um livro apenas de regras e "nãos" nunca leu a Bíblia de verdade!

Meu problema não é com a escritora, diretora, atores. Não mesmo. Porque não espero que alguém longe de Deus me ensine sobre casamento, sobre amor. Como estes versículos Tito 3.3, Efésios 2.1-3, Romanos 3.10-18, nos mostram a realidade do homem sem Deus eu não espero mesmo o bem de quem está longe Dele. Basta lermos 2 Timóteo 3.1-6 para vermos o retrato dos dias de hoje. E filmes como este nada mais são reflexos de um mundo entregue ao mal. 

Meu problema também não é com o sucesso nas bilheterias. Filha, foi Deus mesmo quem colocou em nós o anseio pela eternidade (Ec 3.11) e não foi assim que surgiu a filosofia? Para responder as perguntas que atormentam muitos (senão todos) corações: Por que estou aqui, de onde vim e pra onde estou indo? É um mundo desesperado procurando preencher este vazio que, a indústria do sexo e muitas outras promete suprir. E até preenchem temporariamente! Então não me assusto com o sucesso das bilheterias, mas com cristãos ajudando nos números... Ah... agora sim chegou o porque não posso ficar calada..

O meu problema? Meu problema é com o cinza - adorei que tem cinza no nome do filme e posso brincar com isto -, Aninha querida, não sei aí, mas aqui tenho algumas amigas cristãs na contagem regressiva para assistir o filme. Acho que você já entendeu o porquê do cinza né?! Sim, o mesmo que o morno! O mesmo que faz Deus querer vomitar (Apocalipse 3.16)! 

Minha filha a Bíblia é tão clara quando se trata de SANTIDADE (1 Tessalonicensses 4.3-7). Ou é preto ou é branco.. mas tem cristãos que insistem em andar no cinza.

"Livros e filmes não me influenciam... você é cabeça fraca". Sou? É interessante pensar que muitos atores/cantores (como Madonna, Brian Head e os próprio Jaime Dornan) não desejavam que seus filhos escutassem e/ou assistissem suas besteiras. Não influência? Então por que o mercado da pornografia aumentou após este livro? As vendas no sex shop? A pornografia feminina agora é considerado o novo mercado em potencial? Então tem alguma coisa errada! Cabeça fraca é quem assiste ou não? 
Talvez chamem de cabeça fraca aqueles que decidiram ter uma mente transformada e não conformada com este mundo (Romanos 12.2).

"É apenas um romance picante". Acredita que ouvi isto? Ouvi também é que apenas um romance erótico e não tem problemas. Hahaha... desculpa, filha, pela risada, acho que não cabe aqui, mas não aguentei! É do tipo falar "a mãe, só tem umas cenas de sexos, sadomasoquismo, fala sério que problema tem?? Sabe filha, na minha época vários cristãos usavam uma pulserinha WWJD (O que Jesus Faria?) e tenho certeza que este livro e este filme Ele não assistiria. Basta ler Mateus 19.4-6, Provérbios 5, 1 Coríntios 7, Cantares de Salomão para ver o propósito, ver quão belo e perfeito é o sexo quando dentro dos padrões Dele. Como João 10.10 diz, o Diabo veio para destruir, roubar e matar, é isso que ele fez com o sexo e tem feito com milhares de mentes. Não posso entender como uma mulher pode ter prazer na dor e violência, ou como o sadomasoquismo tem "salvado" casamentos... Ah minha filha, que Deus te conceda um marido que O conheça, que desfrute da vida plena (João 10.10), que te ame e respeite assim como papai me ama e me respeita! 

"É só um filme..não tem problema nenhum". Lembro-me quando você me perguntou porque não assistíamos certos filmes, porque não concordava com "é só um beijinho"! Você lembra minha resposta? "E amanhã?" Sim... e amanhã? E eu tentei te explicar a seriedade do pecado. Primeiro mais do que aquilo que fazemos, a questão é contra QUEM fazemos. O pecado ofende a santidade do nosso Deus. Segundo porque o pecado escraviza (João 8.34, Romanos 6.16). Hoje é o beijo e amanhã? E terceiro porque "eu prefiro crer na minha fraqueza, do que apostar na minha força". Porque eu sei quem eu sou. E a Bíblia me alerta (1 Coríntios 10.12)! Então é simples. Hoje pornografia... amanhã, imagens não fazem mais efeitos... eu quero mais... e mais... e mais...  e como tem sido triste hoje trabalhar com pessoas com suas vidas, lares, emoções destruídas por causa da pornografia e vícios sexuais!

"Tá todo mundo assistindo". Aprendi com a família Cox "que o certo continua sendo certo mesmo que ninguém faça. E o errado continua sendo errado, mesmo que todos façam". Filha, lembra quando te levamos ao APV? Foi naquele lugar lindo onde começamos a trabalhar com jovens e nos apaixonamos. Às vezes, confesso, me assustava com o estilo de vida de alguns jovens tão novos e já tão cheio de vícios, mas nosso coração se enchia de alegria quando víamos jovens dispostos a fazer diferença. Era tipo um sentimento de alívio! Deus colocou na minha vida meninas do APV e do Eagles que me fizeram orar: Deus, que a Ana possa ser igual a ela, que a Ana tenha amigos como elas. Espero que assim como Deus tem me permitido ver jovens vivendo 1 Timóteo 4:12, você também viva! E que Ele te use na sua e na próxima geração para alegrar e "aliviar" o coração dEle (e de outros pais)!

Que sua vida minha filha, não tenha tons de cinzas. Não tenha sombras. Que você viva 24/7, 100%, full time por Ele e para Ele. Que sua alegria seja "devorar" livros da Bíblia não sagas da moda! Que sua opção em ser forte seja maior do que o medo de ser chamada de fraca! (Romanos 13.12-13 e Filipenses 2:15). Que você brilhe a luz de Cristo num mundo que tem amado os tons de cinzas!

Te amo,
Mamãe.

PS: desculpa escrever tanto filha, mas ainda tem uma nota de rodapé ;) Ah! Vê se liga o Skype este fim de semana! Bjinhos.

Ser luz, fazer diferença não significa PERFEIÇÃO, até porque neste mundo aqui é impossível. A batalha é dura (Romanos 7:15-25)!!! Porém, a boa notícia é que Deus não nos pede perfeição, mas a busca pelo perdão! Filha, espero que você não tenha lido nem assistido ao filme! Mas se pornografia e masturbação fazem parte da sua vida, arrependa-se e volte-se para Ele. Ele é fiel para te perdoar e purificar (1 Jo 1.9). Ele esquece dos teus pecados (Miquéias 7.18:19). Ele te ajudará a vencer (1 Pedro 5.10).  Talvez você esteja se sentindo suja e não se sente perdoada, contudo se lembre minha filha, o perdão não é sentimento, mas uma promessa. Quando me sentia suja, fiz do Salmo 51 minha oração. E é legal ver que este Salmo é de Davi, o adúltero? O assassino? Não, mas o homem segundo o coração de Deus, pois Deus não exige perfeição mas a busca pelo perdão. Um coração contrito e quebrantado! Arrependa-se! Vai valer a pena! Leia novamente Tito 3.3.7 e Efésios 2.1-5. Não quem eu fui ou fiz, mas quem posso ser NELE! Perdoada e livre de todo domínio e condenação do pecado!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

DOZE REGRAS DE CONVIVÊNCIA PARA GRUPOS CRISTÃOS DE WHATSAPP

Como administrador de alguns grupos cristãos de WhatsApp percebi a necessidade de criar regras que norteassem a convivência entre os membros, aí está a lista, aceito contribuições.



SE FOR REPRODUZIR O TEXTO, POR FAVOR CITE A FONTE, OBRIGADO.

1. Lembre-se que somos um grupo cristão, portanto avalie com cuidado as imagens, áudios e vídeos que postar a fim de evitar conflito com os nossos princípios;

2. Lembre-se que as palavras escritas não transmitem nossa entonação quando faladas, assim é possível que alguém não receba a sua mensagem da forma que você deseja, por isso muito cuidado com as palavras;

3. A resposta calma desvia a fúria, mas a palavra ríspida desperta a ira (Provérbios 15:1), então muito cuidado quando perceber que alguém está ficando irritado, se não tiver como lançar palavras brandas, prefira o silêncio;

4. Se algo te desagradar, resolva a questão em particular, mesmo que o problema não o envolva pessoalmente, não torne pública sua insatisfação;

5. Evite textos longos, raramente são lidos em sua totalidade e congestionam o grupo;

6. Não poste anúncios comerciais, vendas de objetos, etc, esse assuntos não são o objeto do grupo;

7. Antes de passar informações de outros grupos, como ofertas de emprego, alertas de catástrofes, etc, pesquise e verifique se são verídicas;

8. Se perceber que algo no grupo não está bem, procure o administrador em particular, é a pessoa certa para intervir;

9. Quando postar algo não crie a expectativa de que receberá várias respostas, da mesma forma que às vezes você não deseja digitar, outras pessoas também têm esse direito;

10. Evite diálogos longos com apenas uma pessoa, lembre-se que somos um grupo e que os assuntos abordados devem ser de interesse geral;

11. Cuidado com as palavras abreviadas ou as gírias das redes sociais, há pessoas no grupo que não estão familiarizadas com elas e terão dificuldade em compreendê-las;

    12. Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus (1º Coríntios 10:31).

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Esboço de sermão: Recomeço

       

 Texto básico: Eclesiastes 3:1
Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.



Introdução.
O texto de Eclesiastes afirma com muita propriedade sobre a necessidade de fazermos tudo no devido tempo, nem antes ou depois, exatamente no tempo certo.
Há tempo para se dedicar aos estudos, paquerar, namorar, trabalhar, casar, fazer sexo, cuidar das pessoas, etc.
Entre muitas coisas que precisamos fazer de vez em quando é recomeçar, os recomeços são mais difíceis que os começos.
Nos começos estamos diante do novo, algo a ser feito, há esperança ver a conclusão, o desfecho do que estamos fazendo, as expectativas nos deixam supermotivados.
Já os recomeços, geralmente, são doloridos, frutos de algo que não deu certo anteriormente. Via de regra temos que recomeçar por conta dos nossos erros, decisões impensadas e precipitadas, avaliações mal feitas e, principalmente, não ter consultado o Senhor.


Não importa quantos passos você deu para trás, o importante é quantos passos agora você vai dar pra frente.
Provérbio Chinês

Nesta noite vamos aprender com alguns personagens bíblicos que passaram por grandes recomeços em suas vidas, conheceremos algumas maneiras do Senhor nos encaminhar a um grande recomeço.

Desenvolvimento.
1.    Davi – Deus tomou.
2 Samuel 12:13-18
13. Então Davi disse a Natã: "Pequei contra o Senhor!" E Natã respondeu: "O Senhor perdoou o seu pecado. Você não morrerá.
14. Entretanto, uma vez que você insultou o Senhor, o menino morrerá".
15. Depois que Natã foi para casa, o Senhor fez adoecer o filho que a mulher de Urias dera a Davi.
16. E Davi implorou a Deus em favor da criança. Ele jejuou e, entrando em casa, passou a noite deitado no chão.
17. Os oficiais do palácio tentaram fazê-lo levantar-se do chão, mas ele não quis, e recusou comer.
18. Sete dias depois a criança morreu.

Davi havia pecado contra o Senhor, adulterou com Bate-seba, mulher de Urias, um de seus generais, mandou colocá-lo na linha de frente da batalha a fim de ser morto e a esposa ficar livre.
A vida de Davi havia entrado em grande conflito, a angústia invadiu sua alma, as consequências de suas escolhas bateram à porta com toda força. O poderoso Rei Davi, temido entre as nações, fora derrotado por si próprio.
A vergonha do pecado, dor da perda e o arrependimento foram a mola propulsora do recomeço de Davi.
2º Samuel 12:13-14
13. Então Davi disse a Natã: "Pequei contra o Senhor!" E Natã respondeu: "O Senhor perdoou o seu pecado. Você não morrerá.
14. Entretanto, uma vez que você insultou o Senhor, o menino morrerá".
O que você perdeu por causa do pecado? O que te foi tirado por causa das tuas decisões equivocadas? Quanto de sofrimento e angústia brotaram em sua vida por atender os desejos escusos de teu coração?

"Se as coisas não saíram como planejei posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar. O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser."
Charles Chaplin

2.    Ezequias – Deus deu.
2º Reis 20:1-6
1. Naqueles dias adoeceu Ezequias mortalmente; e o profeta Isaías, filho de Amós, veio a ele e lhe disse: Assim diz o SENHOR: Põe em ordem a tua casa, porque morrerás, e não viverás.
2. Então virou o rosto para a parede, e orou ao Senhor, dizendo:
3. Ah, Senhor! Suplico-te lembrar de que andei diante de ti em verdade, com o coração perfeito, e fiz o que era bom aos teus olhos. E chorou Ezequias muitíssimo.
4. Sucedeu, pois, que, não havendo Isaías ainda saído do meio do pátio, veio a ele a palavra do Senhor dizendo:
5. Volta, e dize a Ezequias, capitão do meu povo: Assim diz o Senhor, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração, e vi as tuas lágrimas; eis que eu te sararei; ao terceiro dia subirás à casa do Senhor.
6. E acrescentarei aos teus dias quinze anos, e das mãos do rei da Assíria te livrarei, a ti e a esta cidade; e ampararei esta cidade por amor de mim, e por amor de Davi, meu servo.
Ezequias foi um dos reis mais piedosos de Israel, fazia tudo o que o Senhor mandava, era temente e fiel.
Sua vida de intimidade com Deus fez com que ele pudesse dizer, em sua súplica pela vida, que andara diante de d’Ele em verdade, com o coração perfeito, e fez o que era bom aos olhos do Senhor.
O recomeço de Ezequias surgiu diante de uma situação em que estava completamente impotente, sem saída, um aviso de morte do próprio Deus.
Observe que Ezequias não havia pecado, nada esta errado, estava fazendo tudo certo e, mesmo assim, um tsunami estava devastando o que tinha de mais importante, a própria vida.
Muitas vezes estamos vivendo algo semelhante a Ezequias, temos a convicção de que estamos buscando a presença do Senhor, parece que quanto mais buscamos a face do Senhor mais as coisas se complicam.
O recomeço de Ezequias teve início quando expôs sua aflição diante de Deus por causa das más notícias, não fez questionamentos, os famosos POR QUE da vida, não reclamou ou resmungou, também não fez qualquer pedido, apenas clamou ao Senhor em prantos, quebrantou-se, derramou-se diante de Deus.

Conclusão.
Pedro – Jesus acolheu.
João 21:15-18
15. E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes? E ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta os meus cordeiros.
16. Tornou a dizer-lhe segunda vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Disse-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas.
17. Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas.
18. Na verdade, na verdade te digo que, quando eras mais moço, te cingias a ti mesmo, e andavas por onde querias; mas, quando já fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro te cingirá, e te levará para onde tu não queiras.
Pedro caminhara com Jesus por três longos anos, era um dos três mais achegados ao Mestre, juntamente com Tiago e João, presenciara muitos milagres, esteve aos pés de Cristo enquanto Ele proferia o maravilhoso sermão da montanha, participou dos debates com os religiosos da época, tinha uma história linda caminhando com Jesus.
Contudo em um momento de aperto, dificuldade, medo o negou. Tudo o que tinha vivido e presenciado, todo o amor que recebera, todos os compromissos e votos feitos a Jesus, toda a renúncia que fizera, todas as experiências em que foi usado por Deus para abençoar vidas foram deixadas de lado.
NÃO O CONHEÇO!
Muitos de nós está dizendo ainda hoje com nossas atitudes, NÃO O CONHEÇO.
Mas você não trabalhou no meu encontro com Deus? NÃO, NÃO FUI EU;
Mas você não pastoreava crianças? NÃO, NÃO ERA EU;
Mas você não ministrava louvores? NÃO, JÁ DISSE QUE NÃO;
Não era você que estava no CEO se derramando e fazendo uma aliança com Deus? Não era você que orava em sua casa e lia a Bíblia todos os dias? Não era você que as pessoas pediam uma palavra de Deus para ajudá-las? Não era você que aconselhava os amigos a não desistirem de caminhar com o Senhor? Não era você que alertava as pessoas sobre os perigos de voltar para as coisas do mundo?
NÃO, NÃO E NÃO, NUNCA CONHECI JESUS!
Ao reencontrar Pedro, Jesus não o acusou do abandono, não o lembrou das três vezes que O negou, não disse o quanto aquilo o havia entristecido. Não houveram cobranças, Jesus apenas fez Pedro lembrar o tamanho do amor que tinha pelo Mestre.

Nesta noite o Senhor está disposto a te dar a oportunidade de recomeçar a caminhada com Cristo, a recomeçar os relacionamentos abandonados, a recomeçar a vida!

O debate sobre o sabá: o sábado cumprido em Cristo

Cada vez menos cristãos reservam um dia da semana para a adoração e para o descanso de todas as formas de trabalho. Deveríamos nos preocupar com isso? Os adventistas do sétimo dia e os batistas do sétimo dia dizem que sim e sustentam que o dia do sabá deve ser o sábado.
Alguns tipos de presbiterianos e de cristãos reformados, juntamente com outros influenciados pelo legado dos puritanos, respondem “sim” com a mesma ênfase, contudo insistem que o domingo é o sabá cristão. Ainda há aqueles que defendem o princípio de descansar um dia a cada sete, mas não se preocupam com qual seja o dia da semana, uma vez que os pregadores, por exemplo, dificilmente podem descansar no dia em que lideram os cultos de adoração. Alguma dessas três perspectivas está correta? Na verdade, não.
Jesus declarou: “Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir” (Mateus 5.17, NVI). É um contraste incomum. Normalmente, quando alguém diz não estar abolindo alguma coisa, continua e diz estar preservando-a intacta. Mas não é assim que a palavra cumprir é usada na Bíblia. Apenas em Mateus, seu significado mais comum é “realizar aquilo que estava predito” ou “dar o significado pleno a algo que estava apenas parcialmente descoberto” (por exemplo, 1.22; 2.15, 17, 23; 3.15; 4.14). Cristãos de todos os tipos reconhecem que não precisam trazer animais à igreja para serem mortos e oferecidos como sacrifícios por seus pecados, muito embora tal prática fosse central a todo o sistema de adoração da antiga aliança. Cristo é de uma vez por todas o nosso sacrifício pelos pecados; assim, o modo como observamos as muitas leis sacrificiais de Levítico hoje é confiando em Jesus para o perdão dos pecados. O Novo Testamento introduz igualmente muitas outras mudanças na lei do Antigo Testamento – todos os alimentos agora são ritualmente puros, de modo que não há problema em comer porco ou camarão (Marcos 7.19). Nós não precisamos ir a um lugar definido para os rituais do templo, porque adoramos em qualquer lugar no qual possamos nos reunir “em Espírito e em verdade” (João 4.24). Homens cristãos não precisam ser circuncidados, muito embora esse fosse um dos mais fundamentais de todos os mandamentos judaicos, precedendo até a entrega da lei no Monte Sinai (Gênesis 17). Em vez disso, hoje Deus aceita igualmente todos os povos com base na “fé que atua pelo amor” (Gálatas 5.6). A lista de mudanças semelhantes é longa.
Mas o que dizer dos Dez Mandamentos? Certamente eles têm algo de especial e são especialmente atemporais de maneiras que o restante da lei da antiga aliança não é. Apesar de uma longa história de pensamento cristão nessa linha, nada na Bíblia jamais afirma isso. Toda a Escritura é vista como uma unidade (Tiago 2.8-11). Os judeus criam que todas as suas leis eram imutáveis. Era isso que tornava tão difícil para muitos deles aceitar Jesus como enviado do céu; ele estava desafiando suas leis eternas. Não importava se ele deixaria muitas delas aparentemente intactas; o seu ensino de que a nova era da história humana, a qual ele estava inaugurando, iria mudar algumas dessas leis deixava muitas pessoas inflamadas. Apenas Deus poderia mudar a lei de Deus. Mas, se Cristo era Deus, então ele tinha esse direito. Se ele não era, seu ensinamento era blasfemo. Os cristãos, contudo, creem que Jesus é Deus. Assim, ainda que uma lei apareça nos Dez Mandamentos, nós não podemos presumir que ela adentra a era do novo pacto sem mudanças. Nós precisamos examinar como Jesus e os apóstolos a trataram antes de podermos entender se ela ainda é obrigatória.
O que, então, o Novo Testamento ensina acerca da lei do sabá, um mandamento dentre os famosos dez (Êxodo 20.10)? Jesus não responde essa questão tão explicitamente quanto gostaríamos; se o tivesse feito, não estaríamos debatendo este assunto hoje. Porém, em todos os seus encontros com os líderes religiosos do seu povo, ele os reprova por impedi-lo de fazer o bem aos sábados, especialmente no que concerne a curar pessoas. Curiosamente, porém, ele jamais cura alguém cuja vida esteja em perigo iminente. Uma mulher andava encurvada há dezoito anos (Lucas 13.10-11). Um homem estava inválido há trinta e oito (João 5.5, 9).
Podemos imaginar os fariseus argumentando com Cristo: certamente ele poderia esperar mais um dia para curar aquelas pessoas, de modo que não profanasse o sabá divino. Certa vez, os discípulos de Jesus colheram algumas espigas em um campo, no sabá, presumivelmente para comê-las, mas nada implica que eles estivessem à beira da inanição (Marcos 2.23). Contudo, a defesa de Jesus para o seu comportamento apresenta um precedente amplo para mudanças: “O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” (Marcos 2.27).
Ao curar um homem com uma mão ressequida no sabá, Jesus ensina que é lícito fazer o bem no sabá (Marcos 3.4). Qualquer comportamento que ajude alguém, que embeleze o mundo, que faça avançar a vontade de Deus, que promova o trabalho honesto ou que proveja recreação ou prazer ao povo de Deus é considerada “boa” na Bíblia e é, portanto, lícito realizá-lo no sabá. Essa é a atitude que deu à primeira geração de cristãos a liberdade de transferir o culto do sabá judaico no sétimo dia para o domingo, o primeiro dia da semana (Atos 20.7; 1Coríntios 16.2). Foi isso que os conduziu a chamar o domingo de “o Dia do Senhor” (Apocalipse 1.10).
Mas os cristãos de modo algum transferiram tudo o que havia no sabá judaico do sábado para o domingo. Os crentes gentios, que compreendiam a maior parte da igreja da metade do primeiro século em diante, não tinham em suas comunidades um dia semanal para o descanso. Gregos e romanos tinham diversos feriados mensais, de acordo com os diversos calendários religiosos festivos que seguiam. Porém, a menos que algum desses feriados caísse num domingo, os cristãos gentios tinham que trabalhar o dia inteiro no primeiro dia da semana e encaixar a adoração e a comunhão ou na manhã do domingo, antes do amanhecer, ou na noite do sábado ou do domingo, após o anoitecer. Foi apenas depois de Constantino tornar-se o primeiro imperador cristão, no início do quarto século, que o domingo foi legalizado como um dia santo (e portanto feriado) no Império Romano.
Muitos dos escritores cristãos do segundo e do terceiro séculos até mesmo falavam da guarda do sabá como uma prática “judaizante” – que levava de volta ao legalismo que Cristo viera abolir. Aquilo provavelmente era uma reação exagerada, a menos que as pessoas que guardassem o sabá, seja no sábado ou no domingo, estivessem tentando obrigar outros a segui-los. Afinal, em Romanos 14.5, Paulo escreveu: “Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente”. Esse mandato é dado no contexto do descanso no capítulo 14, no qual Paulo aborda questões que estavam dividindo os cristãos em Roma. No coração do debata estava o sabá e outros dias festivos, bem como as leis alimentares, acerca das quais Paulo diz, em poucas palavras: parem de julgar uns aos outros (v. 13).
Colossenses 2.16 é ainda mais claro: “Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo”. Aqui nós vemos a costumeira tríade judaica de dias santos – festas anuais como a Páscoa, Tabernáculos ou o Dia da Expiação; dias festivos mensais e o sabá semanal. Os cristãos são livres para celebrá-los ou não, e os outros cristãos não devem julgá-los por suas escolhas. A encarnação de Cristo é a realidade que os dias santos preanunciavam. Os seguidores de Jesus vêm a ele e recebem descanso “24 por 7”, como dizemos hoje, porque o seu jugo é suave e o seu fardo é leve (Mateus 11.28-30). Nossa vida inteira é um descanso sabático, preanunciando o nosso descanso eterno (Hebreus 4.9-11).
Estou dizendo, então, que o culto e o descanso são opcionais para os cristãos? De modo algum. Nós precisamos de ambos e precisamos deles com frequência. O que estou dizendo é que o Novo Testamento insiste que não nos atrevamos a legislar ou exigir um dia em sete para essas coisas. O corpo de cada pessoa é diferente, assim como são suas exigências de trabalho, suas oportunidades de se reunirem com outros crentes e suas necessidades espirituais em geral. Em um mundo viciado em trabalho, que com tanta frequência fragmenta famílias e igrejas, tenhamos o descanso que nos for necessário e cultuemos com frequência juntamente com o povo de Deus. E que as igrejas criem mais cultos, no sábado à noite ou em outros dias da semana, para aqueles que não podem vir ou não vêm aos domingos. Com efeito, sejamos cada vez mais criativos em como alcançar os desigrejados e os que precisam de salvação. Mas não podemos fingir que a panaceia para os nossos problemas na igreja e na sociedade esteja em retornar a um sabá supostamente idílico que, antes de tudo e em grande parte, foi uma invenção dos puritanos.

Nota:
[1] N.E.: Sabá é a transliteração em português do termo em hebraico. Alguns textos usam sábado ou sabbath (transliteração em inglês). Optamos por sabá por ser um termo em português e distinto do dia da semana. Contudo, não se deve confundir com a rainha de Sabá de 1 Reis 10:4.

Fonte: www.voltemosaoevangelho.com

sábado, 7 de fevereiro de 2015

COMO A GRAÇA DEVERIA IMPACTAR A EXECUÇÃO DO SEU TRABALHO

Quando alguém pensa em seu trabalho sendo “cristão,” todo tipo de imagem perturbadora vem à mente:
  • Abrir um salão de beleza chamado “Você Muito Melhor” ou uma livraria chamada “E Lias”.
  • Fazer momentos constrangedores de evangelismo nas chamadas promocionais.
  • Desafiadoramente dizer “Feliz Natal” ao invés de “Boas Festas” na fila do caixa, ou furtivamente dizer “Tenha um dia abençoado” na saudação.
  • Colar pôsteres de opções de estudo bíblico no horário de almoço ou enviar spamssobre visões da Virgem Maria no Equador.
Talvez você se lembre do incidente de 2004 com um piloto da American Airlines que, em seus anúncios antes do voo, pedia a todos os cristãos a bordo do avião que levantassem a mão. Ele então sugeria que durante o voo, os outros passageiros conversassem com essas pessoas sobre a fé deles. Ele também disse aos passageiros que ele ficaria feliz em conversar com qualquer um que tivesse dúvidas. É compreensível que isso fazia as pessoas surtarem: o piloto do seu avião falando com você sobre se você vai ou não se encontrar com Jesus?[1] Embora eles pudessem admirar o zelo do cara, muitos empresários cristãos pensam: “Eu acho que eu não conseguiria fazer isso sem ser demitido.”
Muitos cristãos pensam que simplesmente não dá para servir o reino de Deus no trabalho, e que o trabalho desse reino acontece “após o expediente” — voluntariando-se no berçário da igreja, frequentando grupos pequenos, indo a uma viagem missionária, servindo na cantina. A maioria pensa que o nosso trabalho é uma necessidade que deve ser suportada para colocar comida na mesa, e que o interesse de Deus no fruto de nosso trabalho é primariamente que entreguemos os nossos dízimos.
A Bíblia oferece uma perspectiva bem diferente. A Escritura nos ensina como servir a Deus através de nosso trabalho, não apenas após o trabalho. A Bíblia diz palavras claras e radicais às pessoas no local de trabalho, nos mostrando que mesmo o mais subalterno deles possui um papel essencial na missão de Deus.
De fato, certamente não é coincidência que a maioria das parábolas que Jesus contou tinha como contexto um local de trabalho, e que dos quarenta milagres registrados no livro de Atos, trinta e nove ocorreram fora do cenário de uma igreja. O Deus da Bíblia parece tão preocupado em demonstrar seu poder fora dos muros da igreja, quanto dentro.
Quero sugerir cinco qualidades que tornam o trabalho “cristão.” Por “cristão” neste contexto eu quero dizer “feito através da fé em Jesus Cristo.” Portanto, o trabalho que é cristão terá cinco qualidades: (1) cumpre a criação, (2) busca a excelência, (3) reflete santidade, (4) demonstra redenção e (5) avança em missões.
O trabalho cristão cumpre a criação
Quando Deus colocou Adão no Jardim do Éden, ele não disse simplesmente para ele se manter longe de certas maçãs podres. Deus colocou Adão no jardim “para cultivá-lo e guardá-lo” (Gênesis 2:15). Lembre-se que Deus disse isso antes da maldição, indicando que o trabalho não era uma punição infligida em Adão por seu pecado, mas era parte do desígnio original de Deus. O primeiro propósito que Deus tinha em mente para Adão não era ler uma Bíblia ou orar, mas ser um bom jardineiro.
A palavra hebraica ‘abad, traduzida por “cultivar,” mostra exatamente o que Deus quer dizer: tem a conotação de preparar e desenvolver. Adão foi colocado no jardim para desenvolver sua matéria-prima, para cultivar um jardim. Cristãos podem cumprir o propósito criado por Deus da mesma maneira, tomando a matéria-prima do mundo e desenvolvendo-as. Isso está acontecendo o tempo todo, tanto por crentes quanto por incrédulos. Empreiteiras pegam areia e cimento e os usam para criar prédios. Artistas tomam cor e música e os harmonizam em arte. Advogados tomam princípios de justiça e os codificam em leis que beneficiam a sociedade.
Este é o plano de Deus. Martinho Lutero, o famoso reformador alemão, coloca desta maneira: “Quando oramos a Oração do Senhor, nós pedimos que Deus nos dê ‘o pão nosso de cada dia.’ E ele nos dá nosso pão diário. Ele faz isso através do fazendeiro que plantou e colheu o grão, o padeiro que transformou a farinha em pão, a pessoa que preparou nossa refeição.”
O que isso significa é que a vocação secular de um cristão ajuda a mediar o cuidado ativo de Deus no mundo. Deus está ativo através do trabalho de uma pessoa para assegurar que famílias estejam alimentadas, que lares sejam construídos, que a justiça seja cumprida. Muitos cristãos trabalham de má vontade quando deveriam festejar o fato de que Deus os está usando, em qualquer que seja o pequeno papel, para cumprir seus propósitos.
Outro grande exemplo disso vem do clássico filme Carruagens de Fogo. O filme mostra um atleta de corrida cristão, Eric Liddell, em sua preparação para as Olimpíadas de 1924. Em um ponto do filme, Liddell é confrontado com a objeção à sua carreira de que há questões mais urgentes na vida de um cristão do que meramente correr. Liddell responde: “Eu acredito que Deus me criou para um propósito, mas ele também me criou rápido. E quando eu corro, sinto o prazer de Deus.” Em um momento ou outro, enquanto trabalhamos em algo que amamos ou em algo que somos bons, muitos de nós temos um sentimento similar. É como se sentíssemos dentro de nós, bem literalmente: “Eu fui feito para isso.”
O trabalho cristão busca a excelência
Se nosso trabalho é feito “para Deus,” ele deve ser feito de acordo com os mais altos padrões de excelência. Paulo diz: “E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai” (Colossenses 3:17). Isso deveria ser verdade quer recebamos qualquer recompensa por nosso trabalho ou não, e mesmo se nunca ninguém notar.
Sejamos honestos: é desmoralizante trabalhar para alguém que não nos dá crédito por aquilo que fizemos, ou pior, alguém que reage oferecendo apenas feedbacks negativos. Um chefe ruim pode transformar um trabalho que seria satisfatório em um absoluto terror. Numa situação como essa, a maioria das pessoas perde a motivação de trabalhar com excelência. “Afinal,” elas podem pensar, “qual o sentido de trabalhar duro? Ninguém vai notar de qualquer maneira, e mesmo que eles notem, eu certamente não ganharei o crédito por isso.” Essa pode ser uma resposta razoável, mas não é uma resposta cristã.
Cristãos devem buscar a excelência em seus trabalhos não porque eles querem impressionar seus chefes ou porque trabalhar duro leva a um pagamento melhor, mas porque eles trabalham para Cristo. C.S. Lewis uma vez observou como vales nunca antes descobertos pelos olhos humanos ainda são cheios de belas flores. Para quem Deus criou aquela beleza, se olhos humanos nunca a veriam? A resposta de Lewis era que Deus faz algumas coisas apenas para seu próprio prazer. Ele vê mesmo quando ninguém mais vê.
Essa perspectiva adiciona um novo significado para toda tarefa que os crentes executarem, mesmo que eles saibam que nunca serão reconhecidos. Eles não precisam mais da aprovação dos outros em seus trabalhos, porque não mais trabalham primariamente para outros. Eles trabalham em primeiro lugar para Cristo, e ele merece o melhor deles.
Na realidade, contudo, pouquíssimos trabalhos passam desapercebidos, especialmente se malfeitos. Um cristão com uma ética trabalhista medíocre ou um desenvolvimento acadêmico desleixado dá ao mundo um terrível testemunho de Cristo. Ele pode dizer com sua boca que “Jesus é Senhor,” mas quando ele não se importa em entregar seus trabalhos a tempo ou respeitar seu chefe, ele está dizendo mais alto ainda: “Eu mesmo sou senhor.” Ao trabalhar com excelência, os cristãos não apenas servem a Deus, mas também demonstram uma atitude de serviço ao mundo.
O trabalho cristão reflete santidade
Se cristãos trabalham para Deus, isso deveria inerentemente fazê-los trabalhar com excelência. Mas saber que Deus vê tudo o que fazemos deveria também fazer-nos trabalhar com integridade. Trabalho que é “cristão” nos conformará aos mais altos padrões de ética.
Paulo procede em Colossenses explicando que tudo o que fazemos é feito com respeito ao nosso Mestre que nos assiste dos céus, a quem prestaremos conta (Colossenses 3:23-25). Isso significa, Paulo disse, que mesmo quando nosso chefe é um idiota (e muitas pessoas para quem Paulo estava escrevendo literalmente pertenciam a seus chefes!), cristãos fazem seu trabalho para Deus. Nosso trabalho deve deixar evidente que nós servimos a um Deus de justiça e bondade. Isso significa que chefes cristãos devem se preocupar menos com as críticas, e mais com o fato de que eles prestarão contas a um Mestre celestial. Funcionários cristãos não devem fazer nada de forma descuidada ou mentir sobre quanto trabalho eles tiveram. A ética nos negócios realmente importa, porque através dela nós espelhamos o caráter de Deus. Deus diz que “balança enganosa” — trabalhos malfeitos, balancetes falsificados, folhas de ponto inexatas, etc. — são uma “abominação” a ele (cf. Provérbios 11:1). Uma ética medíocre nos negócios não é uma questão insignificante.
O trabalho cristão demonstra redenção
Se cristãos agissem em seus empregos com equidade e justiça, só isso já os diferenciaria. Mas aqueles que foram tocados pelo evangelho não tentam meramente abraçar altos padrões éticos; eles vivem suas vidas com uma perspectiva de gratidão radicalmente transformada. O que Cristo fez ao nos redimir para o Pai produz uma resposta natural de graça para com outros.
Eu recentemente ouvi uma história sobre uma jovem recém-formada que conseguiu um emprego na Madison Avenue, em uma das mais prestigiadas firmas de propaganda. Com pouco tempo de empresa, ela cometeu um erro que custou à companhia aproximadamente US$25.000. A Madison Avenue não é um mundo definido pela graça e ela esperava ser demitida no fim do dia. Seu chefe, contudo, compareceu diante da diretoria e os convenceu sobre permitir que a culpa pelo erro dela recaísse sobre ele mesmo. Quando essa jovem mulher ouviu o que o seu chefe havia feito, ela foi até ele em lágrimas. Ela lhe perguntou o motivo pelo qual, naquela atmosfera absurdamente competitiva, ele escolheria colocar seu próprio pescoço no lugar do dela. Ele respondeu compartilhando como Jesus tinha feito algo similar por ele, tomando sobre si a ira que ele merecia. Por causa da grande graça que Jesus mostrou para com ele, ele queria demonstrar uma graça similar para com outros quando tivesse a oportunidade.
Isso significa que devemos enxergar nosso trabalho com um propósito diferenciado. Nós não procuramos mais apenas subir de posição ou maximizar nosso lucro pessoal. Se verdadeiramente tocados pela graça, cristãos empregados começam a usar seus recursos para abençoar aqueles em necessidade.
Alguns cristãos podem contestar uma perspectiva como essa. Graça é algo que se aplica ao âmbito espiritual, eles podem dizer, mas não nos negócios: “Eu trabalhei por aquilo que tenho — eu conquistei!”, eles podem dizer. Uma pessoa pode certamente sentircomo se tivesse conquistado tudo o que tem, mas onde ela conseguiu sua ética trabalhista cabeça-dura? Sua inteligência? Tudo isso é graça de Deus. Por decreto de quem ela cresceu nos Estados Unidos ao invés de nascer em uma favela brasileira? Certamente não foi por seu próprio decreto — isso também foi graça de Deus. O próprio ar que ela respirou e a comida que ela comeu lhe foram dados como presentes da graça. Jesus ensinou que o reino de Deus pertence àqueles que são “pobres de espírito” — aqueles que reconhecem que tudo o que eles têm é um presente da graça. Os “classe-média de espírito,” que creem que estão apenas colhendo o fruto de seu trabalho, não conhecerão nada do reino de Deus, porque eles não têm o conceito da magnitude da graça de Deus em suas vidas. Quando alguém entende o quanto deve à graça, começará a ver cada situação em que estão, seja nos negócios ou na igreja, como um lugar não para ser servido, mas para servir.
O chamado para entregar nossas vidas pelo reino de Deus não é uma tarefa especial de poucos consagrados. Todos os discípulos de Jesus são chamados a verem suas vidas como sementes a serem plantadas para o reino de Deus. Jesus disse que se sua vida fosse uma festa, ela deveria ser dada àqueles que não podem nos pagar de volta. Às vezes eu penso que nós inventamos toda essa linguagem de “chamado ao ministério” para mascarar o fato de que a maioria das pessoas em nossas igrejas não estão vivendo como discípulos de Jesus.
O trabalho cristão avança em missões
O trabalho feito pelos discípulos de Jesus deve ser feito tendo em vista a Grande Comissão. Em Atos, vemos que Deus usou ministros não-vocacionados (talvez empresários, médicos, escravos, quem sabe!) para levar o evangelho pelo mundo a lugares que os apóstolos nunca tinham ido. Lucas registra que a primeira vez que a igreja “foi por todo lugar pregando a palavra,” os Apóstolos não estavam envolvidos (Atos 8:1). Ele também registra que quando Paulo finalmente chega a Roma para pregar a Cristo lá, ele é saudado por “irmãos” hospitaleiros, que parecem ter estado lá por algum tempo (Atos 28:7). Nas anotações de Steven Neill no clássico História das Missões, dos três grandes centros de plantação de igreja do mundo antigo (Antioquia, Alexandria e Roma), nenhum foi fundado por um apóstolo.
Da mesma maneira, os cristãos no mercado de trabalho hoje são capazes de acessar mais facilmente lugares estratégicos e não alcançados. A globalização, as revoluções na tecnologia e a urbanização deram à comunidade dos negócios acesso quase universal.
Habilidades seculares são necessárias para dar aos cristãos acesso a países que, de outra maneira, rapidamente rejeitariam sua presença. Os países que têm mais necessidade de uma presença do evangelho — aqueles chamados “janela 10-40” — são devastados pela pobreza e pelo desemprego. Tais lugares precisam tanto das palavras do evangelho quanto do reflexo tangível do amor de Deus que os negócios podem proporcionar. Milhões nessa região estão sem trabalho e sem o conhecimento de Cristo.
Um exemplo, apesar de haver dúzias de outros exemplos, é a nação do Irã. O Irã é uma área não alcançada em necessidade desesperadora do evangelho. Hoje mesmo, há 10 milhões de pessoas buscando um emprego no Irã, um número que pode chegar a 20 milhões nos próximos 15 anos. Como lugares como esse serão alcançados? O Irã pode ser alcançado através dos esforços de empresários cristãos comuns, levando suas habilidades e especialidades para o exterior. Isso pode não ser o caminho para todos os cristãos, mas talvez Deus o esteja desafiando a considerar dedicar seu trabalho para os seus propósitos de avanço de missões.
Nem todo cristão, é claro, será levado a executar seus negócios em um povo não alcançado. Mas os discípulos de Jesus devem sempre fazer seu trabalho tendo em vista a Grande Comissão. Uma “visão missional” para o trabalho cristão é fazê-lo bem, e fazê-lo, se possível, em algum lugar estratégico. Provérbios 22:29 diz: “Vês a um homem perito na sua obra? Perante reis será posto; não entre a plebe.” Crentes que executam bem o seu trabalho podem ser grandemente usados no trabalho da Grande Comissão. Sua excelência nos negócios pode dar-lhes audiências com os “reis” e com os influentes dos povos mais difícieis de serem alcançados do mundo.
Deus está interessado em como os cristãos executam seus trabalhos, e ele quer estar envolvido neles. Seu trabalho pode fazer uma diferença eterna na vida daqueles com quem você trabalha, daqueles para quem você trabalha e daqueles que você serve através do seu emprego. Permita que a transformação do evangelho mude a maneira pela qual você enxerga e executa o seu trabalho. Você foi redimido pela graça — agora viva essa graça no contexto do seu emprego. Você pode nunca mais olhar para o trabalho da mesma maneira novamente.
[1] http://www.travelkb.com/Uwe/Forum.aspx/air/2002/American-Airlines-Preaching-Pilot [Em inglês] Encontrado em John Dickson, The Best Kept Secret of Christian Mission (O Segredo Mais Bem Guardado da Missão Cristã) (Zondervan, 2010), 172-173.
Tradução: Alan Cristie
Fonte: wwwministeriofiel.com.br